"Cheesecake" de baunilha vegan (saudável; fit; sem glúten; sem açúcar; sem forno)




Este é o cheesecake preferido do meu filho mais velho, o J. Pedro. Na realidade não é uma questão de sabor, mas sim uma questão do ingrediente principal de que é feito: os cajus.
 O J. Pedro não gosta de queijo creme, só come disfarçado em bolos ou outro tipo de confeção. Gosta de cheesecakes feitos tradicionalmente com queijo creme, no entanto, é este formato vegano feito com cajus que ele prefere.
 No caso do sabor, aí o que ele adora é com manteiga de amendoim. Tudo igual a este e, em vez de aroma de baunilha, coloco manteiga de amendoim. Embora costume fazer a olho, são umas 3 a 4 colheres de sopa. Fica de facto divinal. Como fiz tarte de manteiga de amendoim para o dia de ano novo, não ia repetir o sabor a tão breve prazo e fizemos de baunilha, que é de facto outro sabor que nós todos adoramos. Ainda tenho outra sugestão no que diz respeito a sabor, é usarem canela. Lá está, saímos agora da época natalícia, altura de usar muita canela, achei que não devia repetir esse aroma.


Tal como o bolo de crepes que partilhei AQUI á poucos dias, esta é outra sobremesa que fiz em jeito de despedida das férias de natal dos meus filhos. Estão os dois de regresso ás rotinas, a Camila já voltou a Lisboa, embora apenas por uma semana, lá para segunda ou terça da próxima semana já está de volta, o mais velho regressa a Itália na sexta feira. Não o podia deixar ir sem fazermos juntos algumas das suas sobremesas preferidas. Este cheesecake tinha de estar no menu desta semana.




É muito popular na blogosfera, é uma receita muito vista na comunidade vegan, o que eu faço de diferente tem apenas que ver com o não usar óleo de coco ou qualquer manteiga no recheio. Não é preciso, o caju é um fruto seco oleaginoso, já tem gordura que chegue, para manter firme o recheio é apenas preciso saber trabalhar as quantidades do recheio.


Não há grandes segredos, a base é básica e idêntica a muitas outras já partilhadas aqui no blogue. Trata-se de triturar flocos de aveia com um fruto seco oleaginoso e um fruto seco doce. Eu costumo optar pelas tâmaras, mas podem usar passas ou figos.




O creme requer algum tempo, embora pouco trabalho. Os cajus têm de ser bem demolhados de forma a estarem moles. Caso não tenham tempo de o fazer, podem coze-los em água.

Qual a grande vantagem de usar cajus nos cheesecakes em vez de queijo creme, seja ele vegano ou de leite?

Os cajus são frutos secos, quando os comemos não parecem doces, mas a realidade é que em cada 100g de cajus há quase 8g de açúcar. Já o queijo creme magro tem cerca de 0,03g de açúcar, bastante menos, portante. Ora, isto significa que para ficar agradável ao paladar, teremos que usar mais ingrediente adoçante no cheesecake feito com queijo do que no feito com caju. Quero salientar que todo o recheio deste bolo tem apenas 2 colheres de sopa de ingrediente adoçante e podem escolher as versões sem calorias.

Eu não estou aqui a falar de calorias, nem tão pouco de sabor, apenas porque acho que há lugar para tudo. Como eu costumo dizer "Nem tanto, nem tudo". Esta é uma expressão que uso muito quando estou a explicar a forma como me alimento e quer apenas dizer que é no equilíbrio que está a virtude e o equilíbrio está em variar, está em não colocar peso só dum lado da balança, mas sim o mesmo peso dos dois lados da balança.


Quanto ao leite de coco, este deve estar no frigorifico á pelo menos 1 dia para que a parte sólida se separe da liquida. Mais uma vez, já vos disse isto aqui no blogue inúmeras vezes, também o digo sempre nos meus workshops,  eu gosto do leite de coco da marca "Minipreço". Não é habito ir a esse supermercado, vou propositadamente só para comprar o leite de coco. Se deixarem a lata no frigorifico uns dias, sabem que quantidade de liquido vão ter? Nenhum! É tudo leite de coco! Tiram no máximo 2 colheres de sopa de líquido. 

Neste momento há outra marca a ter em conta, é a do supermercado Lidl. Essa tem 82% de leite, o que quer dizer que retiram uns 70ml de líquido depois de estar no frigorifico uns dias e custa menos que qualquer outra, apenas 99 cêntimos. Vale a pena.
Nesta receita irão usar apenas a parte sólida.



Eu tenho o meu Blender avariado. Um Blender ou liquidificador é o ideal para fazer o creme de caju, no entanto, há formas de o fazer cremoso no processador de alimentos. Tudo que têm de fazer é processar os cajus até formar uma pasta. Depois juntam o leite de coco sólido e voltam a processar. Nessa altura passam metade da quantidade obtida para um copo alto e trituram com a varinha magica. A varinha mágica funciona sob a mesma técnica dos Blender só que menos potente, por isso temos de fazer pequenas quantidades de cada vez para obter o mesmo resultado.


Por fim a cobertura. Eu fiz um creme de chocolate simples. Na realidade é um creme de cacau, já que não usei qualquer chocolate. Já algum tempo que não fazia este creme, algumas receitas mais antigas no blogue têm-no. É super simples e basta misturar os ingredientes que são igualmente simples. Podem usar agave, xarope de ácer ou qualquer outro que prefiram; podem também usar mel. Depois é só misturar cacau e bebida vegetal ou leite.

Falta falar-vos da parte de desformar. Eu deixo o meu cheesecake no frigorifico durante a noite. Ele fica firme, no entanto, é difícil de desformar. Para facilitar esse processo coloco uma ou duas horas no congelador. Desta forma as bordas enrijecem e desformamos com toda a facilidade.

Deve ser mantido no frigorifico e ir para a mesa apenas na hora de servir, de resto como qualquer bolo semifrio.


Outras receitas idênticas aqui no blogue:
Tarte (cheesecake) de banana e amendoim (vegan; saudável; sem açúcar)

Cheesecake de mirtilos vegan (saudável; lowcarb; paleo; sem glúten; sem lactose) 

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Vão precisar de:
Base
  • 150g de flocos de aveia triturados em farinha (sem glúten se necessário)
  • 200g de tâmaras secas
  • 100g de fruto seco oleaginoso que prefiram (nozes, amêndoas, avelãs ou cajus)
Camada de queijo vegano
  • 200g de caju demolhado por, no mínimo, 6 horas*
  • 1 lata de leite de coco (400ml) (deve estar no frigorifico há pelo menos 1 dia para que a parte sólida se separe da líquida
  • 2 a 3 colheres de sopa de ingrediente adoçante que prefiram (usei xilitol)
  • 1 colher de sopa de aroma de baunilha (podem trocar por canela)
Cobertura
  • 3 colheres de sopa de agave ou xarope de ácer
  • 3 colheres de sopa de bebida vegetal a gosto
  • 2 colheres de sopa de cacau em pó puro
* em alternativa podem cozer os cajus em água por 10 minutos

Confeção:
(fotos de confeção no fim)
Base
  1. Pus as tâmaras a demolhar em água quente por 10 minutos.
  2. Triturei os flocos de aveia no processador de alimentos. Juntei a noz e voltei a triturar em farinha. Adicionei os restantes ingredientes (tâmaras escorridas) e triturei até fazer uma bola de massa.
  3. Passei a massa para uma forma de fundo amovível de 20cm de diâmetro untada e forrada a papel vegetal. Pressionei no fundo e reservei no frigorifico enquanto fiz o recheio.



Camada de queijo vegano
  1. Escorri os cajus da água de demolha e coloquei-os no processador de alimentos. Triturei até fazer uma pasta. Adicionei toda a parte sólida da lata de leite de coco, a baunilha e o ingrediente adoçante. Voltei a triturar. Passei metade do creme obtido para um copo alto e triturei com a varinha mágica até estar cremoso. Voltei a repetir com a outra metade. Verti sobre a base. (Nota: podem triturar tudo num Blender ou liquidificador até estar cremoso; o meu está avariado e eu fiz desta forma que também resulta)
  2. Reservei no frigorifico durante a noite (mínimo 8 horas). Em alternativa podem congelar por 4 horas.


Cobertura
  1. Misturei bem os ingrediente até estar um creme macio.
Montagem
  1. Para facilitar desformar, coloquei no congelador 2 horas. Retirei, desformei e cobri parcialmente com o creme da cobertura.
  2. Decorei com raspas de chocolate e avelas. (Reservar no frigorifico até ao momento de servir).


Tão bom…

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