Esta é uma terceira receita de tarte de cerejas aqui no blogue, as anteriores podem ver carregando AQUI e AQUI.
Esta receita é exatamente igual há tarte de morangos que
partilhei AQUI, apenas troquei os morangos por cerejas e, sendo as cerejas mais
doces e menos acidas, omiti o ingrediente adoçante no recheio.
Já nesse dia escrevi na introdução que estava a fazer a
tarte de morangos conforme fazia a de cerejas. Pois aqui está ela!
Todo o texto e receita que vão ler é “copiado” da de
morangos, não tirei fotos de confeção, terão encaminhamento para poderem ver na
anterior.
O que estas tartes têm de especial é o método de fazer o
recheio. Estes recheios não têm só a fruta vermelha, mas também puré de maça.
Para quê? Para aumentar consideravelmente a quantidade de recheio sem ter de
aumentar a quantidade de ingrediente adoçante e também amido (ou farinha), seja
para controlar a acidez, seja para obter a consistência certa.
Não é fácil chegar aos "valores" certos de
quantidade de fruta a usar, seja da maça, seja do fruto vermelho. Porquê?
Porque a fruta não é toda igual. No entanto, as cerejas mudam essencialmente na
cor, o que quer dizer que a vossa tarte pode ficar com aspeto muito mais claro
que a minha se usarem cerejas mais vermelhas e menos cor de vinho como estas.
Dicas:
➤Começo já pela farinha e o
"discurso" é o do costume. Podem trocar por outras farinhas com
glúten ou mix sem glúten próprio para pães e bolos com substituto de glúten
adicionado.
Eu não aconselho fazer com, por exemplo, aveia. Porquê? A
aveia só tem glúten por contaminação. Estes tipos de farinhas têm pouca
elasticidade. Se a massa não tiver elasticidade, não vai conseguir esticar
tanto quanto eu fiz, vai render menos, logo, cada fatia vai ter mais farinha,
aquilo que nós não queremos. Portanto, de que vale estar a fazer com uma
farinha mais rica se o resultado é comer mais quantidade de farinha?!
Por este motivo, a
minha escolha de farinha quando se trata de massas que precisam de ser
esticadas é sempre a de espelta. Se não tiver, a melhor alternativa é a de
trigo, integral ou branca ou mistura, sem fermento.
➤Outra
alternativa é misturar farinha de aveia com
trigo. Pode fazer uma proporção de 50%
cada e já vai garantir elasticidade na sua massa.
➤O ingrediente adoçante é
opcional, eu não usei. Se não usar é como se tivesse comprado uma base de massa
quebrada. Se quiser dar um toque diferente e mais agradável á sua tarte, adoce
a massa. Muitas vezes a massa adocicada evita excesso de ingrediente adoçante
no recheio. Este caso não se põe nesta tarte, porque o recheio é feito praticamente
só com frutas doces.
➤Pode usar iogurte vegetal ou
buttermilk.
➤Quanto á confeção da massa,
podem fazer numa tijela e amassar com a mão.
➤Sobre o recheio, é importante
que o façam com antecedência de forma a estar completamente frio e na
consistência certa quando o colocarem na base. O meu conselho é fazerem de
véspera, no entanto, 3 a 4 horas antes já é suficiente.
➤O vinho do Porto vai ser
fervido tempo suficiente para perder o álcool. Pode trocar por qualquer outro
vinho licoroso ou sumo de laranja. As variedades de vinho do Porto tinto ficam
melhor.
➤No recheio não usei qualquer
ingrediente adoçante, a minha fruta era realmente muito boa e doce. Sintam-se
livres de usar o ingrediente adoçante que prefiram caso achem o vosso recheio
pouco doce. Vai depender muito da variedade das cerejas que usarem. Quando
tiverem o recheio ao lume e já prestes a ficar pronto, provem e ajustem a
doçura ao vosso gosto. Podem usar stevia, xilitol, açúcar de coco, mascavado,
xarope de ácer, mel, agave, etc.
➥Se quiser fazer doce de cerejas sem açúcar pode usar a receita do recheio desta tarte. Não tendo açúcar, o prazo de validade, mesmo no frigorífico, é curto, pelo que aconselho a colocar em frascos pequenos e congelar.
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- 300g de farinha de espelta (usei metade integral e metade branca)
- 1 colher de chá de fermento
- 1 pitada de sal
- 1 ovo
- 75g de iogurte natural
- 3 colheres de sopa de azeite
- 2 colheres de sopa de ingrediente adoçante de preferência não granulado (opcional) (ex: mel, agave, stevia, xilitol, xarope de ácer, xarope de tâmaras)
Recheio
- 350g de maça (2 grandes)
- 500g de cerejas
- 80ml de vinho do Porto (ou da Madeira) (ou sumo de laranja)
- 1 colheres de sopa de amido de milho (maisena) ou polvilho doce
- 1 ovo batido + 1 pitada de açúcar de coco ou mascavado para polvilhar no fim (opcional)
Confeção (fotos de confeção carregar👉 AQUI):
Recheio
- Descasquei as maças, cortei em pedaços, passei para um copo alto, tapei com pelicula aderente e levei ao micro-ondas 4 minutos. Retirei e triturei em puré com a varinha mágica.
- Passei o puré de maça para um tacho, adicionei 400g de cerejas, lavadas e descaroçadas, e levei ao lume, brando e mexendo ocasionalmente, cerca de 5 min depois de ferver, até as cerejas estarem tenras e colorirem todo o preparado.
- Numa pequena tigela diluí o amido no vinho do Porto. Adicionei ao tacho. Deixei ferver mais 2 a 3 minutos até estar espesso (nota: devem provar o vosso recheio e ajustar a doçura a gosto com qualquer ingrediente adoçante que prefiram; a doçura do recheio está dependente das cerejas)
- Deixei arrefecer completamente no frigorifico.
Base e cobertura e montagem
- Pus o forno a aquecer a 180ºC. Untei uma forma de tarte de fundo amovível de 23cm de diâmetro.
- Coloquei todos os ingredientes da base no processador de alimentos e triturei até formar uma bola de massa maleável (caso não esteja a formar a bola de massa desejável, adicionar água, aos poucos, nunca mais que 1/2 colher de sopa de cada vez).
- Passei para uma superfície antiaderente (ou enfarinhada) e dividi a massa ao meio.
- Estiquei uma das partes com o rolo da massa dando o formato redondo. Coloquei na tarteira e aconcheguei ao fundo e lados, excesso de massa para fora.
- Espalhei o recheio frio na base. Descarocei as restantes 100g de cerejas e coloquei por cima.
- Estiquei a outra parte de massa com o rolo e cortei em 12 tiras. Sobrepus sobre o recheio, entrelaçadas. Pressionei as pontas sobre a massa da base e cortei os excessos. "Dobrei" para dentro toda a massa ao longo do diâmetro para que fique perfeito e não se descole.
- Pincelei com ovo batido, polvilhei com um pouco de açúcar de coco e levei ao forno 25 minutos, zona mais baixa do forno para que cozinhe bem a base sem queimar a cobertura.
- Deixei arrefecer antes de desformar.
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