"Galette" de maça (tarte rústica) (saudável; vegan; sem açúcar)

Eu tenho uma verdadeira perdição por estas tartes rusticas, conhecidas por "galettes", já vos disse aqui no blogue várias vezes. Seja qual for a fruta que preenche o recheio, eu adoro sabor desta massa em conjugação com a simplicidade de um fruto. Uma Galette é isso mesmo, uma tarte rústica, simples, de execução fácil e poucos ingredientes.

Disse-vos que já tinha falado aqui no blogue desta minha perdição, porque há já outras publicadas, e uma delas até é muito idêntica a esta. Na realidade não há muito por onde variar, para além da fruta que as recheia. Aqui no blogue a Galette de pêssego; Galette de peras,Galette de maça Que não está no blogue, e que curiosamente faço com frequência, é a de frutos vermelhos. A base é exatamente igual a esta, no recheio ameixas, framboesas, mirtilos, tudo partido e envolvido com uma colher de sopa de maisena  e três de agave.

"Galette" é uma espécie de crepe francês. É bem diferente dos ingleses que nós conhecemos e é muitas vezes confundido com tartes. Realmente parece-se com tarte mas significa crepe. É originária de Bretanha, na França, e a sua base é feita com trigo sarraceno.

 

Esta é a base que faço quase sempre. É simples, é prática, é proteica, funciona bem no estender e dobrar. As farinhas que hoje usei foram de espelta e trigo sarraceno, no entanto, podem trocar por farinha de aveia e fazer a vossa própria mistura completando 2 chávenas de 250ml, ou seja, 500ml no copo medidor com farinha. o que não aconselho é fazer só com farinha de trigo sarraceno, ou outra sem glúten, sem usarem um substituto do mesmo. Inicialmente a massa vai parecer-vos que está ótima, mas, quando for ao forno, vai abrir e partir, precisamente por falta do glúten, da elasticidade dele. Uma mistura de farinhas como esta que fiz reduz bastante a quantidade de glúten e é normalmente bem tolerada por quem tem essa intolerância alimentar.

O iogurte a usar é o que preferirem só tem de ser iogurte natural. Eu habitualmente uso grego light, hoje usei de soja.
É precisamente o tipo de iogurte que vão usar que vai condicionar a quantidade de água a colocar na massa para ela ficar no ponto certo. Um iogurte magro tem mais água e menos gordura, logo, precisarão de menos água.

Completamente indispensável é a manteiga de amêndoa que barrei no fundo da base. Serve apenas para dar um toque diferente do que tenho feito e também para haver um pequeno sabor a amêndoa no centro de cada fatia. se tiverem usem, se não tiverem, não se preocupem, não vai fazer falta.

Nesta tarte fiz um caramelo de tâmaras simples, apenas com as próprias tâmaras e água. Aromatizei-o com canela. Outras vezes misturo um pouco de puré de maça, apenas se o tiver feito.

Usei 3 qualidades de maça diferentes neste recheio. gala, golden e fuji. Mais uma vez, não é obrigatório, podem usar as maças que quiserem.

Antes de passar á receita, tenho de vos contar o que me aconteceu neste dia. Como é habitual, fotografei na hora do almoço. Deixei a tarte em cima da mesa e, quando voltei por volta das 18 horas, vim trabalhar aqui no blogue. Esta é a vida duma mãe agora solitária aos dias da semana😞 Já tinha lanchado, não tinha fome, mas o perfume da tarte não me largava, não estava a conseguir trabalhar com o cheirinho que vinha dela. Não, não tirei uma fatia, eu sei-me controlar (ás vezes), tive de tapar. Mesmo assim, acreditem, estava difícil de resistir😅


Vão precisar de :
Base

• 120g de farinha de espelta*
• 140g de farinha de trigo sarraceno*
• 1/2 colher de chá de sal
• 1 colher de chá de fermento
• 5 colheres de sopa de iogurte natural (vegetal ou normal ou grego)
• 2 colheres de sopa de azeite
• 3 colheres de sopa de ingrediente adoçante que prefiram (usei stevia em pó)
• 2 a 3 colheres de sopa de água**

*Podem trocar por farinha de aveia; caso o façam devem adicionar 1 colher de sopa rasa de amido de milho (maisena) ou polvilho doce ou araruta.
**Esta quantidade é dependente do iogurte que usarem e também do ingrediente adoçante.

Recheio

• 2 maças médias ou 3 pequenas (usei gala, golden e fuji)
• 80g de tâmaras secas
• 1 e 1/2 colher de sopa de manteiga de amêndoa (opcional)
• 50g de amêndoa laminada
• agave e canela
• 1 colher de sopa de bebida vegetal ou leite + 1/2 colher de sopa de azeite para pincelar

Confeção:
(fotos de confeção no fim)
Base

1. Pus todos os ingredientes, á exceção da água, no processador de alimentos. Triturei até fazer uma massa solta, parecida a um crumble. Aos poucos, 1/2 colher de sopa de cada vez e pulsando o processador a cada adição, fui juntando água até a massa fazer uma bola. (Esta massa não agarra ás mãos, no entanto, não a devem deixar demasiado seca, deve ser mole, tipo plasticina). 
2. Retirei para uma folha de papel vegetal e estiquei dando a forma redonda e bem larga. Reservei.

Recheio

1. Descarocei as tâmaras e coloquei-as num copo alto com 80ml de água quente a demolhar por 15 minutos. Juntei uma pitada de canela e triturei em puré. (caso usem tâmaras correntes, escorram a água da demolha para um copo medidor e voltem a colocar a mesma quantidade de água limpa.)
2. Pus o forno a aquecer a 180ºC. Cortei as maças em gomos finos.
3. Espalhei a manteiga de amêndoa na base, apenas num circulo menor que a própria, deixando uma borda para posteriormente virar. Por cima espalhei o puré de tâmaras e dispus os gomos de maça em posições alternadas e contrárias. Virei a borda por cima da maça.
4. Num copo misturei a bebida vegetal com o azeite. Pincelei toda a borda virada. 
5. Espalhei a amêndoa laminada na zona pincelada. Reguei toda a tarte com um fio de agave (muito pouco) e polvilhei com canela.
6. Levei ao forno cerca 30 minutos.

Tão bom…