No verão do ano passado fiz uma Galette de pêssego que ficou verdadeiramente divinal. Tão boa que marcou pela positiva toda a família. Com tantas sobremesas que faço, tanta coisa doce que há sempre cá por casa, todos se lembram com frequência dessa tarte rústica francesa.
Chegaram os primeiros pêssegos portugueses à frutaria daqui da vila e eu comprei. São tão, mas tão bons, que mais parecem ser feitos artificialmente com mel.
Voltei a comprar mais, os primeiros acabaram no mesmo dia. Fui com a minha filha Camila e, claro, ela logo se lembrou da dita tarte e pediu-me para levar a mais e repetirmos essa sobremesa. Assim, fiz.
Como ela está de férias ofereceu-se para ser ela a fazer a sobremesa, à semelhança do que tem acontecido nestes últimos dias. Foi então que ela me sugeriu fazer pequenas tartes em vez duma grande. Eu adorei a ideia! Questionou-me se podia usar as bases que faço habitualmente para os cheesecakes sem forno. Eu disse-lhe que sim, mas com adaptações, é preciso contar com a desidratação do forno. "Posso então fazer uma base dessas em vez da que fizeste na galette? Dizes-me o que tenho que fazer?", perguntou-me ela.
E é esta a historia destas fabulosas mini tartes. Que sabor incrível! Todos sabemos que noz e pêssego ficam incrivelmente bem; também sabemos o que o puré de tâmaras faz ao lado de cada um dos mesmos, tudo isto fez a combinação perfeita.
Esta é mais que uma receita saudável, é uma receita vegan, fácil de transformar em lowcarb, bastando para isso usar farinha de amêndoa no lugar da de espelta.
Não há segredos na confeção, apenas um alerta na elaboração da massa da base. Triturem bem os secos de forma a que a noz liberte a sua gordura, Não estamos a usar mais nenhuma gordura, pelo que esta é essencial ao sucesso das vossas bases. Também não convém deixar a massa demasiado rígida, pois irá partir facilmente quando estiverem a dobrar.
Quanto ao recheio, o aroma da canela é essencial, sem duvida, mas as estrelas do sobremesa são o pêssegos e esses convém que sejam bem doces e estejam no perfeito ponto de amadurecimento. Um pêssego verde não vai libertar "açucar"; um pêssego demasiado maduro vai desfazer-se.
Vão precisar de:
Base:
- 50g de miolo de noz
- 1 caneca (250ml no copo medidor/ 90g) de flocos de aveia
- 1 caneca (250ml no copo medidor/ 120g) de espelta (pode ser trocada por mais aveia ou farinha de amêndoa)
- 1/4 de colher de chá de fermento em pó
- 3 colheres de sopa de ingrediente adoçante que prefiram (usei 2 de stevia em pó e 1 de agave)
- 2 a 4 colheres de sopa de água (dependente da farinha e do adoçante usado)
- canela a gosto
- 100g de tâmaras secas
- 3 pêssegos grandes cortados em fatias finas.
- canela a gosto
- 1 colher de chá de agave (ou mel; opcional)
(fotos de execução no fim)
Base
- Colocámos a noz, os flocos de aveia, a farinha de espelta, o fermento e a canela no processador de alimentos e triturámos em farinha por cerca de 10 minutos, de forma a que a noz comece a largar alguma gordura para a farinha. Juntámos o adoçante e o agave e voltámos a processar. Aos poucos, uma colher de cada vez, fomos juntando água até formar uma massa densa que forma uma bola imperfeita.
- Retiramos do processador, fizemos um pequeno rolo e dividimos em 6 pedaços iguais. Com o rolo da massa, estendemos cada pedaço em retângulos. Reservámos.
- Pusemos o forno a aquecer a 180ºC. Forrámos o tabuleiro do forno com papel vegetal.
- Demolhámos as tâmaras descaroçadas em água quente por 15 minutos. Escorremos a água da demolha, juntámos 50 ml de água limpa (pode ser sumo de laranja ou chá), um pouco de canela e triturámos em puré.
- Dividimos este puré pelos os retângulos, espalhámos e colocámos fatias de pêssego finas por cima.
- Dobrámos as bordas dos retângulos, pincelámos com um fio de agave e levámos ao forno 20 minutos.
Tão bom…
2 Comentários
Ola boa tarde!
ResponderEliminarO ingrediente adoçante poderá ser apenas mel? Ou desaconselha?
Boa noite!
ResponderEliminarPode ser apenas mel.
Faça uma boa camada de pêssego e depois um fio de mel por cima. Fica ótimo!