Já outras vezes vos disse aqui no blogue que não passo a Páscoa em casa, por norma faço umas mini ferias. Também já vos contei que na semana que antecede a Páscoa faço os pratos tradicionais que se faziam na minha região, na casa dos meus pais, para que os meus filhos conheçam a cultura gastronómica da Pascoa. O polvo é um desses pratos. Em casa dos meus pais comia-se polvo no sábado de Páscoa, tal como acontecia no dia 24 de dezembro, véspera de natal, ao almoço. Por norma era arroz de polvo, se bem que me lembro de muitas vezes ser polvo á lagareiro.
Eu também tenho alternado e este ano foi esta receita inovadora que fiz.
Por norma compro o peixe que se come cá em casa no fantástico mercado da Costa Nova, praia perto de Aveiro. Um mercado muito bem fornecido, bonito e agradável, que até só para passear serve.
Muitas vezes que estou a comprar polvo surge aquela inevitável conversa com os outros compradores sobre "como cozinhar o polvo para ficar tenrinho". Conversa interessante esta, mas a mim nunca me disse nada. Eu não tenho nem nunca tive qualquer problema em ter o polvo tenro. O polvo não quer panelas de pressão, não quer nada dessas coisas, ele só quer ser cozido em água lentamente, mais nada. Quanto mais "pressão lhe dão, mais tempo ele demora a ficar no ponto. Já ouvi de tudo, desde colocar uma cebola com casca até um grafo na panela, eu não faço nada disso. Sim, posso colocar lá uma cebola, da mesma forma que hoje coloquei folhas de louro, mas é para dar sabor, não é para ficar tenro. Uma única regra que aprendi à muitos anos precisamente na peixaria, é que nunca devemos ter a água da cozedura temperada com sal.
No meio disto tudo, eu costumo dizer que tenho um problema único com o polvo. É que aquilo que me preocupa é o quanto o polvo vai encolher e não o ficar tenro. Isso sim, é um problema. Comprar polvo no supermercado é uma sorte, alguns ficam em menos de metade!
Vão precisar de:
(serve 4 pessoas)
- 1 polvo com cerca de 1,4kg
- folhas de louro (usei 5)
- 400g de batata pequena nova
- sal grosso
- 1 cacho de tomate cereja
- 1 + 2 de sopa de sopa de azeite
- 1 colher de café de alho em pó ou massa de alho ou picadinho
- 3 dentes de alho picados
- sumo de 1/2 limão e raspa do limão inteiro
- meio molho de salsa ou coentros picados
- azeitonas
(fotos no fim)
- Lavei bem o polvo, escorri-o e congelei-o. No dia seguinte pus um tacho largo ao lume com água e as folhas de louro. Quando ferveu coloquei o polvo ainda meio congelado. Deixei cozinhar lentamente por cerca de 30 minutos após levantar novamente fervura. (Para quem não leu a introdução, a única coisa que o polvo precisa para ficar tenro e macio é ser cozido lentamente, a panela de pressão e outras coisas do género já o fazem mole e "borracha").
- Entretanto pus o forno a aquecer a 200ºC. Lavei as batatas, cobri-as com sal grosso e levei ao forno a assar também meia hora. Quando estavam assadas esfreguei-as com um pano para retirar o sal e dei um "murro".
- Ao mesmo tempo que as batatas assaram também assei o tomate. Reguei com 1 colher de sopa de azeite, polvilhei com alho em pó e assou 10 minutos.
- Enquanto tudo isto cozinhou preparei o molho. Piquei o alho e a salsa, tirei a raspa ao limão e de seguida o sumo. Misturei tudo numa tigelinha e temperei com sal.
- Com tudo pronto, hora de colocar tudo na travessa bem regado com o molho.
Nota: Eu não levei o polvo ao forno depois de cozido, não tive tempo para isso já que fiz toda a refeição ao mesmo tempo e o mais breve possível. Se quiserem levar o polvo ao forno, pincelem antes com um fio de azeite.
Bom apetite!
1 Comentários
Que delícia, deu água na boca, será que fica bom fazendo na panela de pressão elétrica também? Ou só dá pra fazer na panela de pressão normal?
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