"Arroz" doce de couve flor (saudável; sem açúcar)

Nem sei por onde começar para falar sobre esta receita. Eu acho que já todos os que se preocupam em ter uma alimentação saudável, ou os que estão em perda de peso, pensaram nesta hipótese. Eu pensei inúmeras vezes, cheguei a conversar com uma seguidora sobre o assunto. Ela fez e disse-me que cheirava a arroz doce mas sabia a couve flor.
Tal como na mousse de chocolate que vos apresentei á pouco tempo e que podem ver carregando👉aqui, o problema é realmente eliminar o sabor a couve, no entanto, aqui há mais outro problema. É que ao contrário do arroz, a couve flor não absorve líquido, antes pelo contrario, ela larga liquido. Isto quer dizer que é necessário alguma perícia para controlar a quantidade de leite e deixar o arroz doce cremoso. Eu pensei que eram estes os principais obstáculos a passar, mas encontrei outro: a cozedura da couve. Que complicação encontrar o ponto certo de cozedura da couve!

Nesta receita é mesmo necessário recorrerem á vossa sensibilidade para que fique bem. Eu vou dar-vos o tempo de cozedura da minha experiencia que correu melhor, no entanto ele pode variar. Há inúmeras variantes que podem fazer alterar esse tempo. Baseados no que vos dou, terão de provar e ver quando é que o vosso arroz de couve está bom, tendo em conta que ele, ao contrario do arroz normal, não vai mudar depois de sair do estado de fervura, não alarga, não incha, não absorve liquido, ou seja, conforme o tirarem do lume é como o vão servir.
Também a quantidade de liquido que está no momento que sai do lume é importante. Se for a mais vai "aguar" o molho e não vai ficar cremoso. Também aqui pode haver alterações em relação a cada um de nós que estiver a fazer. Por exemplo, se tiverem o lume mais baixo, a couve larga mais água e, por outro lado, evapora menos, logo, terão mais liquido quando sair da cozedura. Mais uma vez, terá de ser a vossa sensibilidade a ditar o sucesso da receita.
Conclusão, quando a couve sair da cozedura deve estar tenra, bem cozida e com o muito pouco liquido.

Falta falar da forma como consegui que não houvesse sabor a couve. Tão simples como deixa-la de molho em água e sumo de limão, no frigorifico, durante um dia.
No fim de lerem a receita, presumo que alguns de vocês se irão perguntar porque é que não fiz de forma tradicional e fiz o creme á parte. É apenas para conseguir controlar a quantidade de liquido e ao mesmo tempo de cozedura da couve.

Para 4 taças vão precisar de:

1/2 couve flor média
sumo de 1 limão
3 ovos
4 + 2 colheres de sopa de ingrediente adoçante que prefiram sólido ou liquido (usei stevia liquido)
125 + 200ml de leite (o que preferirem)
2 paus de canela
canela em pó para a decoração

Confeção:
Parti a couve em pequenas flores e coloquei no processador de alimentos (podem ralar num ralador tradicional; ver fotos carregando👉aqui). Pulsei por 30 segundos 4 vezes (ou até estar um granulado de couve). Fiz metade de cada vez para evitar que alguma fique muita picada e outra muito grande.
Passei para uma tigela, cobri com água, reguei com sumo de limão e reservei no frigorifico 1 dia.
Quando fui efetivamente fazer o arroz doce, comecei por colocar a couve num passador para que fique bem escorrida.

Numa tigela bati os ovos com 125ml de leite e a stevia (apenas as gotas correspondentes a 4 colheres de sopa).
Levei ao lume em banho maria mexendo com frequência até estar num creme macio e denso. Retirei do lume.

Entretanto pus ao lume o restante leite (200ml), os paus de canela e a restante stevia (correspondente a 2 colheres de sopa de ingrediente adoçante). Quando já bem quente, adicionei a couve escorrida. Deixei cozinhar em lume médio por cerca de 15 minutos.

Nota: Para quem não leu a introdução (hoje aconselho a lerem), esta é a parte mais difícil de fazer este arroz. Ao contrário do arroz normal, a couve não absorve qualquer água, pelo contrario, liberta água na cozedura. Também é mais difícil de dar o tempo certo de cozedura. É necessário alguma sensibilidade quando estamos a fazer. Por um lado não pode ter muito liquido no fim da cozedura. Se tiver têm de escorrer com a ajuda do passador, até porque esse liquido é leite com água da própria couve. Depois também é necessário irem provando, a partir dos 10 minutos de cozedura, para ver quando é que está tenrinha, tendo em conta que, e mais uma vez ao contrario do arroz, a couve não vai mudar mais a sua textura depois de sair do lume, ou seja, não alarga nem absorve nada.

Quando a couve já estava tenra e bem cozida, retirei do lume. A minha estava mais ou menos no ponto no que diz respeito a liquido, pelo que retirei apenas 3 colheres de sopa.
Juntei-lhe o creme de ovos e misturei bem. Verti nas taças e está pronto a servir, até porque arroz doce quente é uma delicia😋.